quarta-feira, 4 de março de 2009

JANET LEIGH

























Janet Leigh, nome artístico de Jeanette Helen Morrison nasceu em Merced, no dia 6 de Julho de 1927 e faleceu em Beverly Hills, no dia 3 de Outubro de 2004, foi uma atriz norte-americana imortalizada pelo filme "Psycho", de Alfred Hitchcock.
Janet era filha única e começou a mudar de casa muito cedo com os seus pais. Inteligente e afoita salta vários anos na escola e acaba o secundário com apenas quinze anos. Um pouco solitária passava a maior parte do seu tempo no cinema. Depois de se mudar para Stockton na California, foi estudar música e psicologia na Universidade do Pacífico.
Os pais trabalhavam num resort de ski, quando a ex-atriz da MGM Norma Shearer viu uma fotografia de Janet Leigh na recepção do resort, local de trabalho do pai. Norma levou a fotografia para os estúdios. No estúdio arranjaram-lhe um screen test e um primeiro papel em The Romance of Rosy Ridge (1947). Foi neste drama passado após a guerra civil americana, em que contracenou com Van Johnson, que o público teve pela primeira vez contato com a atriz.
Segundo se conta foi Van Johnson que inventou o nome pelo qual Jeanette Morrison viria a ser conhecida artisticamente - Janet Leigh. Esta, a início, não gostou da ideia por ser demasiado semelhante a Vivien Leigh.
Ainda na MGM ela fez "If Winter Comes" de Victor Saville, na qual desempenhava o papel de um jovem grávida de um soldado que parte para a guerra e que é acolhida por um homem casado e infeliz. Words and Music de 1948 seria o seu terceiro filme: uma biografia sobre os compositores Rodgers e Hart.
Foi no final dos anos 40, também uma época da transformação do Studio System, que Janet foi construindo uma imagem de menina ingénua. Com 20 anos ela contracena com Robert Ryan e Van Heflin em "Act of Violence" de Fred Zinemann, um melodrama sobre um ex-soldado que após a guerra tenta vingar-se de um informanter de um dos campos de prisioneiros. Ainda no mesmo ano de 1948, Janet protagoniza um dos filmes da popular cadela Lassie, "Hills of Home".
No ano seguinte tem o seu primeiro grande sucesso "Little Women", de Mervyn Leroy, adaptação da famosa novela de Louise May Allcott. Nesta obra, Janet desnvolveu uma enorme cumplicidade com as suas "irmãs" Elizabeth Taylor, June Allyson e Margaret O’Brien. Leigh encarna o papel de Meg March, a filha mais velha, dividida entre o desejo de casar e a devoção à sua família.
Em "The Red Danube", de George Sidney, Janet é uma bailarina russa que tem de voltar contra vontade, ao seu país após ter se estabelecido na Viena do pós-guerra. Em seguida ela faz "Doctor and the Girl" de Curtis Bernhardt, um drama com Glenn Ford no papel de um médico que deseja ajudar os pobres e desfavorecidos.
Baseado no romance A Man of Property de John Galsworthy, seu próximo filme foi "That Forsythe Woman", um drama de época com um cast fabuloso: Errol Flynn, Greer Garson, Walter Pidgeon e ela. Os últimos filmes de 1949 são "Hollyday Affair" de Don Hartman com Robert Mitchum, sobre uma jovem viúva que se apaixona por um vendedor de brinquedos e ainda "How to Smuggle a Hernia Across the Boarder" de Jerry Lewis.
Em 1950, a atriz conhece Tony Curtis também ele uma estrela em ascensão. Ambos começam a namorar e nesse período a atriz abraça sobretudo comédias e musicais aproveitando o seu ar imaculado e bem disposto. Após o casamento com Curtis no ano seguinte, a sua imagem vai ganha cores de sedução e sensualidade.
Antes de se casar com Tony, Janet foi casada duas vezes mas não teve filhos.
Em 1951, retoma a sua carreira com "Strictly Dishonorable", uma comédia na qual usa uma peruca preta e se apaixona por uma estrela da ópera. "Angels in the Outfield" de Clarence Brown é outra comédia na qual um treinador de baseball se apaixona por uma repórter e passa de homem do desporto a homem de família. Em "Two Tickets to Broadway
" ela é Nancy Peterson uma garota do interior que vem tentar a sorte em Nova Iorque. "It’s a Big Country" é o último filme de 1951, um drama em diferentes episódios dirigido por vários realizadores.
Em 1952, Leigh faz "Just This Once" de Don Weis, uma comédia na qual a atriz faz uma advogada que tem de controlar os gastos de um milionário, protagonizado por Peter Lawford. Segue-se "Scaramouche", aventura de George Sidney. "Fearless Fagan" de Stanley Donan é considerado o pior filme de Janet Leigh.
Em seguida vem um dos melhores papéis da carreira da atriz, "The Naked Spur" (1953), de Anthony Mann, um western intenso e psicológico.
Mais típico dos seus filmes dos anos 50 foi Houdini, de George Marshall no qual contracenou com o marido Tony Curtis. Foi o primeiro dos cinco filmes em que contracenaram juntos. O filme acompanha a vida do casal Houdini embora de uma forma muito estilizada à Hollywood. Segue-se Walking My Baby Back Home uma obra sobre músicos amadores.
O primeiro filme de 1954 é "Prince Valiant" um filme de aventuras com Robert Wagner encarnando um jovem principe que tenta salvar a Bretanha dos Vikings e repôr o seu pai no poder. Segue-se "Living it Up", uma comédia divertida com Jerry Lewis e Dean Martin. Ainda do mesmo ano são "The Black Shield of Falworth", o segundo trabalho com o marido num filme de aventuras sobre cavaleiros e duelos e "Rogue Cop" um noir com Robert Taylor, sobre um detetive que vai para o lado da crime.
Em 1956 protagoniza "Safari", um filme de aventuras de Terence Young sobre um caçador que se apaixona pela mulher do seu empregado. No ano seguinte ela faz "Jet Pilot", o encontro de Leigh com o mestre austríaco Josef Von Sternberg. Trata-se de um filme de aventuras em que uma aviadora russa e um piloto americano.
Após anos, o público tinha de Janet a idéia de uma atriz competente mas mediana, sem grande brilho. Mas isso iria mudar com "A Marca da Maldade" de Orson Welles, um das mais famosas obras da história do cinema. Este thriller noir modificou a imagem de Janet Leigh. É a primeira personagem da atriz cheia de carga sexual.
Antes ainda daquele que é reconhecido como o seu mais popular trabalho, Marion Crane em Psicose de Alfred Hitchcock, Janet viria a protagonizar ainda três filmes. São eles "The Vikings" de 1958 com Tony Curtis e Kirk Douglas, "The Perferct Furlough" (1959), de Blake Edwards, também com Curtis e finalmente "Who Was That Lady?" de George Sidney com Curtis e Dean Martin.
Assim, foi sem surpresa que em 1960 Janet foi escolhida para interpretar o papel de Marion Crane no thriller Psicose, uma adaptação de uma novela de Robert Bloch que por sua vez se baseava nas atrocidades do famoso psicopata Ed Gein. Janet ficou sobretudo conhecida pelo seu assassinato no chuveiro, cena que a colocou instantaneamente nos anais da história do cinema. Algo que a fez nunca mais tomar duchas e tomar banho de imersão sempre de porta aberta. Por esta interpretação a atriz recebeu a única nomeação para o Oscar como melhor atriz coadjuvante.
Em 1962, Janet protagonizaria outra das obras que ficariam marcadas a ouro na sua carreira. Em "The Manchurian Candidate" de John Frankenheimer. Trata-se de uma obra de ação profética pois lidava com a lavagem cerebral por parte do exército chinês de soldados americanos para que assassinassem o candidato presidencial americano. Da ficção à realidade foi um passo e no ano seguinte Kannedy era morto em Dallas. Janet acabara de se separar de Tony Curtis e ironicamente na pequena cena em que a atriz protagoniza no início do filme, num bordel, há uma garota coreana lendo uma revista que tem Tony e Janet na capa, como feliz casal. Após 10 anos de casamento, a união com Curtis chegava ao fim. O resultado eram duas filhas: Jamie Lee Curtis e Kelly Lee.
No ano seguinte, era o regresso à comédia musical com "Bye Bye Birdie" do já "cúmplice" George Sidney. A partir daqui a sua carreira sofreu um notável abrandamento, mais por decisão própria do que imposta. Assim, resolveu dedicar-se às duas filhas e ao recente marido, o corretor da bolsa Robert Brandt, com o qual se manteve casada até ao fim. Ainda em 1963 faz uma comédia "Wives and Lovers" sobre um escritor falhado, cujo inesperado sucesso vai afectar a sua relação conjugal. No resto dos anos sessenta, setenta e oitenta, Janet Leigh vai sobretudo dedicar-se à televisão aparecendo em inúmeras séries.
Destaque ainda para "The Fog", de John Carpenter já de 1980, uma obra de terror que vai juntar pela primeira vez mãe e filha, Jamie Lee Curtis. Voltariam a encontrar-se vinte anos depois em "Halloween H20: 20 years later" de Steve Miner, uma filme que retoma a carnificina de Michael Myers duas décadas depois.
O seu último filme data de 2000, "A Fate Totally Worse Than Death" uma comédia sobre três adolescentes que por causa do seu mau comportamento envelhecem prematuramente.
Janet Leigh faleceu aos 77 anos em Beverly Hills. A causa da morte, dizem, foi a vasculite, uma doença que contraíra há pouco tempo.
Esta foi também uma fase da sua vida na qual escreveu a sua autobiografia "There Really Was a Hollywood" , um filme sobre a feitura de "Psycho" intitulado "Behind tyhe Scenes of a Classic Chiller" e ainda um romance "House of Destiny".

2 comentários:

Roderick Verden disse...

Gostei da foto da banheira.

rocky gadelha disse...

Em 1961, morava em Belo Horizonte e Janet Leigh, na sua visita ao Brasil, lá esteve e deu uma entrevista no IBEU. Fui, com alguns colegas, na esperança de ver a estrela acenar da janela mas, surpreendentemente, Janet desceu e saiu na calçada, dando a mão a todos nós.
Fiquei dias sem lavar a mão que tinha sido tocada por uma estrela de Hollywood,impressionado com a sua simpatia e com seus olhos azuis-violeta, talvez lentes de contacto.
Rocky Gramado, RS